Senti vários cutuques no braço
Mãe: Ei vocês dois...- ela continuou me cutucando- acorda
vocês dois
Eu: Oi mãe- olhei para ela
Mãe: Ela tá bem?- ela perguntou sobre
a Vic
Eu: É, mais ou menos.
Ontem ela tava chorando e tals- falei baixo- ai fiquei aqui com ela
Mãe: Atá entendi- ela
respondeu-. O almoço já tá pronto
Eu: Almoço?- falei
mais alto
Mãe: É, já passou do
meio-dia- ela saiu do quarto
Eu: Caramba- falei
sozinho-. Vic- chamei ela
Vic: Kléber...- ela
abriu os olhos devagar
Eu: Vamos levantar. Já
passou de meio-dia
Vic: Caramba- ela saiu
de cima do meu corpo e ficou sentada na cama- agente dormiu muito- ela tirou o
cabelo do rosto-. Avisa para sua mãe que eu vou tomar um banho e daqui a pouco
desço maninho
Eu: Tá- levantei da
cama, fui saindo do quarto
Vic: Agora sei porque
suas namoradas adoram dormir assim com você- ela riu
Eu: Atá boba- sai
rindo do quarto
Entrei no meu quarto e
troquei a roupa. Peguei meu celular e tinha uma mensagem da Babí, que era a
resposta daquela que enviei dizendo que já tinha chegado em casa, e outras
quatro ligações perdidas dela. Dei um toque no nome dela e liguei para ela.
Babí: Alô- ela atendeu
Eu: Mô é o Klé
Babí: Oi mô- ela deu um grito-. Desculpa, é que tava ajudando minha mãe aqui
e nem olhei na tela quem era, só atendi- ela explicou
Eu: Atá. “Cê” me
ligou...
Babí: Foi, era pra te dar bom dia- ela deu uma
risada
Eu: Ah- ri também- é
que meu celular ficou no meu quarto. Ontem a Vic não tava muito bem, aí dormi
com ela e...
Babí: VOCÊ O QUE?- ela perguntou alto
Eu: Ai meu Deus- ri-,
que garota boba. Eu dormi com ela, porque ela não tava bem. Ai fiquei do lado
dela, só. Babí, ela é minha irmã- tava uma barulheira do outro lado da ligação
Babí: Eu sei, desculpa, é que ouvi o “dormi com
ela” e esqueci que era a Vic- ela riu
Eu: Boba- respondi
Babí: Sua- ela completou
Eu: Isso aí, minha. Agora
vou almoçar aqui mô. Beijo, se cuida
Babí: Você também. Te amo- ela respondeu
Eu: Eu também te amo-
desliguei
Coloquei minha roupa,
peguei o celular, sai do quarto e fui para a cozinha almoçar. Minha mãe tava na
sala vendo TV comendo. Peguei meu prato, coloquei um pouco da lasanha e fui
para sala comer com ela. Sentei do lado dela no sofá. Coloquei a primeira
garfada na boca.
Eu: Hum...- mastiguei-
bom
Mãe: Eu sei- ela tava
terminando de comer
Eu: Ih, tá se achando-
ri
Mãe: Eu não me perdi
para ter que me achar- ela respondeu
Eu: Ih cheia das
respostas em- continuei comendo
Mãe: Tá Kléber,
continua comendo aí- ela terminou, levantou e foi para a cozinha
Eu: Ai ai- troquei os
canais e botei em um de esportes
Vic: Oi maninho- ela
deu um pulo e sentou do meu lado
Eu: “Victória aparece
do nada 2”- ri
Vic: Dois?- ela
perguntou
Eu: É. O primeiro foi
quando tava eu e a Gabriela aqui na sala, quase fazendo as besteiras e você do
nada apareceu- ri
Vic: Ah é, eu lembro-
ela riu-. Ok, pare de me lembrar essas coisas- ela continuou rindo
Eu: Vai lá pegar tua
comida- continuei comendo
Vic: Ah é, bem
lembrado- ela riu e foi para a cozinha
Eu tava comendo, ouvi
a Vic conversando com minha mãe lá na cozinha. Meu iPhone tremeu. Quando
peguei, era uma mensagem da best.
“Best me liga. E aí,
como foi a despedida?”
Despedida? Fiquei
confuso. A Vic sentou do meu lado com a comida dela. Coloquei meu prato do meu
lado e liguei para a Brunna
Brunna: Oi Best- ela atendeu
Eu: Que história é
essa de despedida Best?- perguntei logo de cara- Desculpa Best, boa tarde. Agora me explica isso
Brunna: Ué, a Babí. Ela disse que tava no aeroporto
e tava com você. Que tava indo para a Londres, e tals
Eu: Indo para
Londres?- perguntei- Como assim?- a Vic ficou me encarando- Ela só ia semana que
vem, ou sábado, sei lá- hoje era quinta
Brunna: Best ela só me disse isso. Ela não te contou
nada?
Eu: Não Best. A última
vez que falei com ela deve ter quase uma hora e ela disse que tava arrumando
algumas coisas com a mãe dela. Tava uma barulheira, mas nem perguntei o que
era. E que horas era o embarque dela?- perguntei
Brunna: Também não sei Best. Ela disse que ia
embarcar daqui a pouco. E já tem uma meia-hora que falei com ela
Eu: Tá Best. Eu vou
tentar falar com ela- a Vic continuava me encarando-. Obrigado Best, beijo-
respondi
Brunna: Beijo Best- ela desligou
Vic: O que aconteceu?-
ela tava comendo a lasanha
Eu: A Babí- fiquei
procurando o nome dela na lista de contatos-, a Best falou que ela disse que
tava indo para Londres, enfim- achei o nome dela- vou ligar para ela- liguei
para ela
Deixei chamar, tocou
várias vezes, mas ela não atendeu. Tentei novamente e caiu na caixa de
mensagem. Tentei pela última vez, e fiquei esperando que ela atendesse, a cada
toque da chamada, mas não. Ela não atendeu. Desisti e deixei o celular no sofá
Vic: Nada?- ela
perguntou
Eu: Nada- respondi-.
Poxa, a Babí disse que só ia no sábado ou semana que vem sei lá
Vic: Vai ver ela se
antecipou...
Eu: Mas não disse
nada, nem para mim. Tudo bem, agente ia acabar ficando longe, mas poxa, nem se
despedir de mim
Vic: Vai ver aconteceu
alguma coisa
Eu: Eu amo ela Vic, eu
amo, mas nesse exato momento eu to com uma vontade de matar a Babí cara- peguei
meu celular e tentei mais uma vez ligar para ela
Vic: Calma Kléber- ela
deixou o prato dela na mesinha-, derrepente ela te liga. Se ela realmente tiver
já no avião, ela vai te retornar depois, quando chegar em Londres ou se tiver
alguma parada do avião em outro lugar- a Babí não atendeu
Eu: Ai droga- joguei
meu iPhone em cima do sofá-. Vem cá, você não ia conversar com o Gabriel?-
perguntei para ela, tentando esquecer o lance da Babí
Vic: Eu ia mais tarde,
quando sua mãe saísse- ela respondeu
Eu: Hum... eu queria falar
depois uma coisa para minha mãe, sobre você
Vic: O que?- ela
perguntou
Eu: Sua guarda-
respondi
Vic: É verdade, eu
ainda sou de menor. Vou fazer dezesseis ainda
Eu: É, tem quinze anos
ainda, me esqueço disso as vezes. Quinze anos, cara de dezesseis, corpinho de
dezoito- ri
Vic: E disposição de
oitenta anos- ela completou e agente começou a rir
Eu: É, pois é. Eu
então to com uma disposição de uns cento e...
Vic: Ih- ela me interrompeu-
pode parar. Tu tem quase dezenove com disposição de vinte. Tem uma filha e
tudo. Tu tem muito disposição para certas coisas maninho, rum- ela deu língua
Eu: E você tá sabendo
demais- completei
Vic: É, para a minha
idade eu sei de coisas que eu não deveria saber- ela riu
Eu: É, pois é- ri
junto
Vic: Eu vou lá pra
cozinha, me dá seu prato pra eu levar- ela levantou
Eu: Tá- peguei o prato
e entreguei para ela-. Eu vou subir- peguei meu iPhone-, vou ficar lá no meu
quarto- me levantei e fui em direção as escadas-. Qualquer coisa bate lá- sorri
Vic: Tá maninho- ela
mandou beijo e foi para a cozinha
Subi para o meu quarto
e quando entrei deixei a porta fechada, não trancada. Liguei o ar e fui para o
notebook. Conectei na internet, abri o navegador e entrei no meu Facebook. Vi
algumas atualizações, e em umas eu me surpreendi. O Yury tinha colocado “em
relacionamento sério com: Giselle Corrêa”.
O negócio entre os
dois está bom mesmo ou ele tá se aproveitando para ver se a Brunna volta com
ele. Mas sei lá, ela tá feliz com o tal do Felipe. Ele gente bacana até, e se
for pra ser com ele, que ela seja feliz com ele.
Depois entrei no
perfil da Babí e procurei se tinha alguma atualização, algum “check-in”, mas
nada disso. Ela não havia deixado nenhuma pista de que estava voltando para
Londres. A última atualização era de uns três dias atrás. Enfim, sai do meu
Facebook, entrei em alguns sites, vi umas notícias e depois desliguei o meu
notbook. Deixei meu celular na cômoda que tinha do lado da minha cama, deitei e
tirei um cochilo.
“Brum... Brum...”- era
meu celular vibrando na cômoda
Acordei, fiquei
sentado na cama e peguei ele. Era a Vic
Eu: Oi maninha- atendi
Vic: Kléber vem me buscar
Eu: Aonde você tá?-
levantei
Vic: Eu vim na casa do Gabriel, ai agente tava
conversando e derrepente...- ela
parou de falar
Eu: Vic- sai do meu
quarto e desci as escadas-, o que aconteceu?- peguei a chave do carro e sai de
casa
Vic: O Tiago chegou aqui e o Gabriel falou que
era para eu sair pelos fundos. Kléber, o Tiago ele veio aqui com mais uns dois
caras e bateu nele. Eu fiquei escondida no quarto da mãe dele. Foi horrível-
ela parecia estar chorando
Eu: Vic- entrei no
carro e sai rápido com ele- fica calma. Eles ainda estão aí?- perguntei
Vic: Não já foram- ela respondeu-. Eu to com o Gabriel aqui. Ele tá com alguns
machucados, to cuidando dele. Ah, e eu gravei
Eu: A briga? Boa Vic.
Então... você me espera- a casa dele não era longe da minha, uns dez minutos.
Dava para ir a pé-. Eu já to quase chegando aí- eu avistei o Tiago com o carro
parado em uma casa-. Vic espera só um pouquinho, daqui a pouco te ligo-
desliguei o telefone
Ele parecia tá
deixando um dos caras, só vi ele no carro, o outro ele já devia ter deixado.
Fechei a janela do meu carro e fiquei só olhando. Ele ligou o carro e foi
embora. Eu liguei o meu também, fiz uma bandalha, atravessei a pista e fui
atrás dele. Peguei meu celular, apesar de tudo que ele tinha feito, eu tinha o
número do celular dele. Achei o nome dele na lista e liguei para ele. Ele
atendeu
Tiago: Alô
Eu: E aí Tiago- acho
que ele não tinha meu número-, beleza cara? É o Kléber- me identifiquei
Tiago: Ah- acho que ele ficou um pouco surpreso
com minha ligação- oi papai- falou
ele com aquele tom de deboche-. Eu to
bem, muito bem
Eu: Claro que tá bem.
Depois de espancar um garoto
Tiago: O que?- ele se fez de desentendido
Eu: Tiago- comecei a
falar mais alto- eu sei que você acabou de vir da casa do Gabriel com mais dois
caras, e vocês acabaram com o moleque
Tiago: Como você sabe disso?- ele perguntou
Eu: Minha irmã tava
lá, viu tudo e gravou tudo- falei, falei até demais
Tiago: Ah é gravou? E ela ainda tá lá?- ele
perguntou
Eu: Tá, eu vou buscar
ela mais tarde- eu dirigia atrás dele, seguindo o carro dele, com uma distância
de mais ou menos dois carros
Tiago: É bom se apressar
Eu: Por quê?-
perguntei
Tiago: Ela pode ser minha próxima vítima. Imagina,
quantas coisas posso fazer com ela- ele cruzou a pista muito rápido e foi
no sentido da casa do Gabriel denovo-. E
ela já tá com um corpinho bem atraente
Eu: Você não vai fazer
nada- gritei
Tiago: Como você vai me impedir?- ele perguntou
Eu: Assim- joguei o
celular no banco do carro e cruzei a pista em direção ao carro dele e bati na
lateral do carro dele.
Não me machuquei. O
air-bag ativou, eu tava de sinto de segurança e digamos, eu estava “preparado”
para a batida. Do meu carro eu pude ver o Tiago deitado sobre o air-bag do
carro dele. Consegui ligar meu carro denovo e dei ré. Abri uma certa distância
do carro dele e desliguei o meu carro. Meu celular tocou, já imaginava que era
a Vic, e quando olhei na tela, confirmei que era ela. Atendi
Eu: Oi Vic
Vic: Onde você tá?- ela perguntou
Eu: Digamos que... eu
tava te protegendo- eu sabia que ela ia ficar maluca
Vic: Protegendo?- ela não entendeu
Eu: Aquela hora que eu
tava falando com você, eu vi o Tiago. E fui atrás do carro dele e tava falando
com ele pelo celular
Vic: Tá e... o que você fez?- ela perguntou
Eu: Eu segui ele Vic e
ele descobriu que você tava aí, pra falar a verdade, eu acabei falando, não
pensei muito bem e falei. E ele tava indo para aí denovo. Eu cruzei a pista e
bati na lateral do carro dele
Vic: Kléber você ficou maluco?- ela gritou do
outro lado da linha
Eu: Calma Vic eu to
bem- vi o Tiago se mexendo no carro- eu vou te colocar em espera, daqui a pouco
te ligo. Beijo- me despedi
Vic: Kléber espera eu...- desliguei a chamada
Coloquei meu celular
no gravador, vai que o Tiago fala alguma coisa, e depois no modo avião, para
que ninguém me ligasse. Eu abri a porta do meu carro, saí e fui na direção do
dele. Algumas pessoas estavam em volta, curiosas para saber se estavam bem, eu
e o Tiago. Mal sabem ela que tem muita coisa envolvida aqui. Me aproximei e
fiquei perto do carro dele olhando.
Eu: E aí cara- gritei
e fui me aproximando mais ainda do carro- tudo bem?- perguntei ironicamente
Tiago: O que você
quer?- ele tirou o sinto dele
Eu: Nada. Só fiz o que
você mandou. Me apressei- dei uma risada
Tiago: Você tá ferrado
Kléber- ele conseguiu abrir a porta do carro. É, ele tava bem
Eu: Eu ferrado? Deixa
eu ver, eu não tenho nenhuma gravação que me amostre quase matando um garoto, e
você? É você tem- comecei a andar de um lado para o outro-. Quem foi que
ameaçou dizendo que ia também acabar com a irmã do outro, deixa eu ver, é só
você falou isso. Quem...
Tiago: Quem foi que-
ele me interrompeu- bateu no carro do pai de uma pessoa de propósito e acabou
provocando outra acidente que matou o seu pai Kléber? Deixa eu ver, é fui eu-
ele falou
Eu: Você o que?-
fiquei encarando ele
Tiago: Pois é meu caro
Kléber. Eu estava na serra, digamos que, fugindo de uma perseguição, tinha uns
caras atrás de mim
Eu: Por que será...-
interrompi ele
Tiago: Depois com isso
a polícia também apareceu atrás de mim e com isso os caras se mandaram. Mas a
polícia continuou vindo atrás de mim, e o seu pai acabou dando uma de policial,
assim como você hoje. E eu joguei meu carro pra cima do dele, nisso ele acabou
perdendo o controle do carro, capotou e bateu em uma árvore- ele contou tudo
Eu: Você é um monstro
Tiago- eu encarava ele
Tiago: É, consegui
fugir- começamos a ouvir barulhos de sirene-. E quem provocou o acidente? Não
fui eu, deixa eu ver... foi você
Vários carros da
polícia, uns quatro e duas ambulâncias chegaram no local
Eu: E- tirei meu
celular do meu bolso- quem é que tem uma gravação que tem toda sua confissão?
É, esse cara sou eu- falei meio que no ritmo de uma música do Roberto Carlos
Policial: Ei vocês
dois- ele e mais um chegou perto da gente- vocês tão bem?- ele perguntou
Eu: Eu to bem, já
ele...- os policiais olharam para o Tiago
Policial: Vá para a
ambulância, e veja se está tudo ok. Iremos conversar com esse rapaz
Eu: Aqui- dei meu
iPhone com a gravação- só apertar o “play” e ouvir a confissão dele, sobre um
acidente outro dia na serra. Só me devolve depois- dei um sorriso
Policial: Tudo bem-
eles começaram a ouvir
Fui para a ambulância.
Os médicos me examinaram, viram se estava tudo bem comigo e me liberaram logo
depois. Fui até meu carro, olhei na frente dele e vi que não tinha amassado
muito. A batida que eu dei não foi forte, mas o suficiente para parar o Tiago.
Dava para dirigir com ele. Uns dez minutos depois os policiais foram até o
Tiago e o algemaram. Pegaram ele e o colocou na mala. O outro policial veio até
mim me entregar o celular
Policial: Rapaz,
obrigado- ele me entregou o celular-. Já é uma prova
Eu: Ah de nada
Policial: E a outra
prova? Da tal briga?- ele perguntou
Eu: Tá com minha irmã.
Ela tá na casa do rapaz que levou a pior. Eu depois posso buscar
Policial: Tudo bem. A
gente pegou já a gravação- caraca eles são rápidos, pensei- e temos a prova já
de um crime muito grave. Eu estava na perseguição. Seu pai tentou nos ajudar,
apesar de não ter nada haver com isso, sinto muito
Eu: Tudo bem,
obrigado. Eu agora vou buscar minha irmã na casa do rapaz. To liberado?-
perguntei
Policial: Sim claro.
Talvez depois, daqui a alguns dias, a gente convoque você a depor
Eu: Tudo bem então.
Bom serviço policial- sorri
Policial: Até rapaz-
me afastei e entrei no meu carro
Tirei meu celular do
modo avião, não havia recebido nenhuma ligação depois da que a Vic me ligou.
Liguei o carro, e fui para a casa do Gabriel buscar a Vic.
Fui dirigindo mais
devagar pois por conta da batida poderia ter dado algum problema na parte
interna do carro. Cheguei na casa do Gabriel em vinte minutos. Parei o carro em
frente a casa dele. Bati no portão e a mãe dele abriu. Entrei junto com ela na
casa, logo que entrei vi a Vic com ele sentada no sofá, com gelo no rosto dele
Eu: Vic...- chamei ela
Vic: Oi Kléber- ela
veio até mim-. Seu maluco, o que você aprontou lá?- ela deu uma risada baixa
Eu: Esquece o que eu
fiz. O final é mais legal
Vic: Final... ?- ela
me encarou
Eu: O Tiago acabou
preso
Vic: Meu Deus, demorou
mas aconteceu. Agora ele vai dar sossego
Eu: E aí Gabriel- fui
até o sofá e falei com ele
Gabriel: E aí cara-
ele dava com a parte do olho um roxa e o braço tava um pouco ralado
Eu: Isso aí não é
nada, já passei por coisa pior
Gabriel: É- ele
conseguiu rir-, é verdade
Eu: É Vic- chamei ela-
agente precisa conversar- era sobre nosso pai
Vic: Que foi?- ela
perguntou. A gente foi para o canto, perto da cozinha
Eu: É sobre o acidente
do nosso pai- expliquei
Vic: Tá- ela cruzou os
braços- o que que tem?
Eu: Escuta isso-
peguei meu iPhone, coloquei nas gravações e dei a ela- só da
“play”
Vic: Tá bom- ela pegou
o iPhone e começou a escutar tudo o que o Tiago havia dito, o diálogo todo
entre mim e ele
Passou-se alguns
minutos e ela me encarava. A gravação acabou e ela me entregou a gravação
Vic: Eu não
acredito...
Eu: Eu também não
acreditei- guardei o celular
Vic: Eu não gosto
desse cara desde aquele lance da Gabi
Eu: E você acredita
que eu e ele fomos amigos do mesmo nível que eu e a Brunna?- perguntei
Vic: Sério? Nem
parece- ela respondeu
Eu: É, as coisas
mudaram depois do segundo ano
Vic: Tá, não quero
saber mais nada dele, chega- ela deu um grito
Eu: Calma Vic. Agora
me fala uma coisa que você não contou. Como ficou vocês dois?- perguntei sobre
ela e o Gabriel
Vic: Ah- ela ficou um
pouco vermelha- a gente... nós dois voltamos- ela sorriu-. Deu para aproveitar
um pouco antes do Tiago chegar
Eu: Hum... olha lá em,
juízo vocês dois- ri
Vic: Foi só uns
beijos- ela riu
Eu: Aham, eu sei como
é- a gente voltou para a sala
Vic: É... a gente tá
indo embora- ela falou pro Gabriel e para a mãe dele
Eu: Valeu Gabriel-
abracei ele-. Melhoras aí
Gabriel: Valeu cara-
ele sorriu
Vic: Tchau...- ela
abraçou ele- “mo”- ela falou baixinho, mas eu ouvi
Nos despedimos da mãe
dele no portão e entramos no carro. Fui devagar, assim como fui para a casa do
Gabriel, por conta da batida no carro. Ia ter que levar ele depois no mecânico
para ver quanto ficaria o concerto da parte da frente dele. Chegamos em casa,
estacionei o carro na garagem e fomos para dentro de casa. Minha mãe já estava
em casa. Eu fui para o meu quarto e a Vic foi para o quarto dela. Deixei meu
celular na cômoda e fui tomar banho.
Após o banho, fui até
a cozinha, peguei um hambúrguer desses de micro-ondas, esquentei, comi com uma
lata de Pepsi e voltei para o quarto. Abri meu notbook, entrei no Facebook e
fui direto para o perfil da Babí, mas não tinha nada. Vi algumas notícias na
internet e depois desliguei. Já eram onze horas da noite. Fui até o quarto da
Vic e depois para o da minha mãe dei boa noite para as duas. Deixei meu celular
na cômoda e deitei. Demorei um pouco, mas acabei dormindo.
“Brum... Brum...
Brum...”- era o meu celular vibrando
Acendi a luz, olhei no
relógio eram trez horas da manhã. Fiquei pensando: Quem estava me ligando
naquela hora?
Me aproximei, peguei
meu celular e vi no visor quem era.
E me surpreendi.
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