segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Capítulo 14 - 02x14

Senti vários cutuques no braço
Mãe: Ei vocês dois...- ela continuou me cutucando- acorda vocês dois
Eu: Oi mãe- olhei para ela
Mãe: Ela tá bem?- ela perguntou sobre a Vic
Eu: É, mais ou menos. Ontem ela tava chorando e tals- falei baixo- ai fiquei aqui com ela
Mãe: Atá entendi- ela respondeu-. O almoço já tá pronto
Eu: Almoço?- falei mais alto
Mãe: É, já passou do meio-dia- ela saiu do quarto
Eu: Caramba- falei sozinho-. Vic- chamei ela
Vic: Kléber...- ela abriu os olhos devagar
Eu: Vamos levantar. Já passou de meio-dia
Vic: Caramba- ela saiu de cima do meu corpo e ficou sentada na cama- agente dormiu muito- ela tirou o cabelo do rosto-. Avisa para sua mãe que eu vou tomar um banho e daqui a pouco desço maninho
Eu: Tá- levantei da cama, fui saindo do quarto
Vic: Agora sei porque suas namoradas adoram dormir assim com você- ela riu
Eu: Atá boba- sai rindo do quarto
Entrei no meu quarto e troquei a roupa. Peguei meu celular e tinha uma mensagem da Babí, que era a resposta daquela que enviei dizendo que já tinha chegado em casa, e outras quatro ligações perdidas dela. Dei um toque no nome dela e liguei para ela.
Babí: Alô- ela atendeu
Eu: Mô é o Klé
Babí: Oi mô- ela deu um grito-. Desculpa, é que tava ajudando minha mãe aqui e nem olhei na tela quem era, só atendi- ela explicou
Eu: Atá. “Cê” me ligou...
Babí: Foi, era pra te dar bom dia- ela deu uma risada
Eu: Ah- ri também- é que meu celular ficou no meu quarto. Ontem a Vic não tava muito bem, aí dormi com ela e...
Babí: VOCÊ O QUE?- ela perguntou alto
Eu: Ai meu Deus- ri-, que garota boba. Eu dormi com ela, porque ela não tava bem. Ai fiquei do lado dela, só. Babí, ela é minha irmã- tava uma barulheira do outro lado da ligação
Babí: Eu sei, desculpa, é que ouvi o “dormi com ela” e esqueci que era a Vic- ela riu
Eu: Boba- respondi
Babí: Sua- ela completou
Eu: Isso aí, minha. Agora vou almoçar aqui mô. Beijo, se cuida
Babí: Você também. Te amo- ela respondeu
Eu: Eu também te amo- desliguei
Coloquei minha roupa, peguei o celular, sai do quarto e fui para a cozinha almoçar. Minha mãe tava na sala vendo TV comendo. Peguei meu prato, coloquei um pouco da lasanha e fui para sala comer com ela. Sentei do lado dela no sofá. Coloquei a primeira garfada na boca.
Eu: Hum...- mastiguei- bom
Mãe: Eu sei- ela tava terminando de comer
Eu: Ih, tá se achando- ri
Mãe: Eu não me perdi para ter que me achar- ela respondeu
Eu: Ih cheia das respostas em- continuei comendo
Mãe: Tá Kléber, continua comendo aí- ela terminou, levantou e foi para a cozinha
Eu: Ai ai- troquei os canais e botei em um de esportes
Vic: Oi maninho- ela deu um pulo e sentou do meu lado
Eu: “Victória aparece do nada 2”- ri
Vic: Dois?- ela perguntou
Eu: É. O primeiro foi quando tava eu e a Gabriela aqui na sala, quase fazendo as besteiras e você do nada apareceu- ri
Vic: Ah é, eu lembro- ela riu-. Ok, pare de me lembrar essas coisas- ela continuou rindo
Eu: Vai lá pegar tua comida- continuei comendo
Vic: Ah é, bem lembrado- ela riu e foi para a cozinha
Eu tava comendo, ouvi a Vic conversando com minha mãe lá na cozinha. Meu iPhone tremeu. Quando peguei, era uma mensagem da best.
“Best me liga. E aí, como foi a despedida?”
Despedida? Fiquei confuso. A Vic sentou do meu lado com a comida dela. Coloquei meu prato do meu lado e liguei para a Brunna
Brunna: Oi Best- ela atendeu
Eu: Que história é essa de despedida Best?- perguntei logo de cara- Desculpa Best, boa tarde.  Agora me explica isso
Brunna: Ué, a Babí. Ela disse que tava no aeroporto e tava com você. Que tava indo para a Londres, e tals
Eu: Indo para Londres?- perguntei- Como assim?- a Vic ficou me encarando- Ela só ia semana que vem, ou sábado, sei lá- hoje era quinta
Brunna: Best ela só me disse isso. Ela não te contou nada?
Eu: Não Best. A última vez que falei com ela deve ter quase uma hora e ela disse que tava arrumando algumas coisas com a mãe dela. Tava uma barulheira, mas nem perguntei o que era. E que horas era o embarque dela?- perguntei
Brunna: Também não sei Best. Ela disse que ia embarcar daqui a pouco. E já tem uma meia-hora que falei com ela
Eu: Tá Best. Eu vou tentar falar com ela- a Vic continuava me encarando-. Obrigado Best, beijo- respondi
Brunna: Beijo Best- ela desligou
Vic: O que aconteceu?- ela tava comendo a lasanha
Eu: A Babí- fiquei procurando o nome dela na lista de contatos-, a Best falou que ela disse que tava indo para Londres, enfim- achei o nome dela- vou ligar para ela- liguei para ela
Deixei chamar, tocou várias vezes, mas ela não atendeu. Tentei novamente e caiu na caixa de mensagem. Tentei pela última vez, e fiquei esperando que ela atendesse, a cada toque da chamada, mas não. Ela não atendeu. Desisti e deixei o celular no sofá
Vic: Nada?- ela perguntou
Eu: Nada- respondi-. Poxa, a Babí disse que só ia no sábado ou semana que vem sei lá
Vic: Vai ver ela se antecipou...
Eu: Mas não disse nada, nem para mim. Tudo bem, agente ia acabar ficando longe, mas poxa, nem se despedir de mim
Vic: Vai ver aconteceu alguma coisa
Eu: Eu amo ela Vic, eu amo, mas nesse exato momento eu to com uma vontade de matar a Babí cara- peguei meu celular e tentei mais uma vez ligar para ela
Vic: Calma Kléber- ela deixou o prato dela na mesinha-, derrepente ela te liga. Se ela realmente tiver já no avião, ela vai te retornar depois, quando chegar em Londres ou se tiver alguma parada do avião em outro lugar- a Babí não atendeu
Eu: Ai droga- joguei meu iPhone em cima do sofá-. Vem cá, você não ia conversar com o Gabriel?- perguntei para ela, tentando esquecer o lance da Babí
Vic: Eu ia mais tarde, quando sua mãe saísse- ela respondeu
Eu: Hum... eu queria falar depois uma coisa para minha mãe, sobre você
Vic: O que?- ela perguntou
Eu: Sua guarda- respondi
Vic: É verdade, eu ainda sou de menor. Vou fazer dezesseis ainda
Eu: É, tem quinze anos ainda, me esqueço disso as vezes. Quinze anos, cara de dezesseis, corpinho de dezoito- ri
Vic: E disposição de oitenta anos- ela completou e agente começou a rir
Eu: É, pois é. Eu então to com uma disposição de uns cento e...
Vic: Ih- ela me interrompeu- pode parar. Tu tem quase dezenove com disposição de vinte. Tem uma filha e tudo. Tu tem muito disposição para certas coisas maninho, rum- ela deu língua
Eu: E você tá sabendo demais- completei
Vic: É, para a minha idade eu sei de coisas que eu não deveria saber- ela riu
Eu: É, pois é- ri junto
Vic: Eu vou lá pra cozinha, me dá seu prato pra eu levar- ela levantou
Eu: Tá- peguei o prato e entreguei para ela-. Eu vou subir- peguei meu iPhone-, vou ficar lá no meu quarto- me levantei e fui em direção as escadas-. Qualquer coisa bate lá- sorri
Vic: Tá maninho- ela mandou beijo e foi para a cozinha
Subi para o meu quarto e quando entrei deixei a porta fechada, não trancada. Liguei o ar e fui para o notebook. Conectei na internet, abri o navegador e entrei no meu Facebook. Vi algumas atualizações, e em umas eu me surpreendi. O Yury tinha colocado “em relacionamento sério com: Giselle Corrêa”.
O negócio entre os dois está bom mesmo ou ele tá se aproveitando para ver se a Brunna volta com ele. Mas sei lá, ela tá feliz com o tal do Felipe. Ele gente bacana até, e se for pra ser com ele, que ela seja feliz com ele.
Depois entrei no perfil da Babí e procurei se tinha alguma atualização, algum “check-in”, mas nada disso. Ela não havia deixado nenhuma pista de que estava voltando para Londres. A última atualização era de uns três dias atrás. Enfim, sai do meu Facebook, entrei em alguns sites, vi umas notícias e depois desliguei o meu notbook. Deixei meu celular na cômoda que tinha do lado da minha cama, deitei e tirei um cochilo.

“Brum... Brum...”- era meu celular vibrando na cômoda
Acordei, fiquei sentado na cama e peguei ele. Era a Vic
Eu: Oi maninha- atendi
Vic: Kléber vem me buscar
Eu: Aonde você tá?- levantei
Vic: Eu vim na casa do Gabriel, ai agente tava conversando e derrepente...- ela parou de falar
Eu: Vic- sai do meu quarto e desci as escadas-, o que aconteceu?- peguei a chave do carro e sai de casa
Vic: O Tiago chegou aqui e o Gabriel falou que era para eu sair pelos fundos. Kléber, o Tiago ele veio aqui com mais uns dois caras e bateu nele. Eu fiquei escondida no quarto da mãe dele. Foi horrível- ela parecia estar chorando
Eu: Vic- entrei no carro e sai rápido com ele- fica calma. Eles ainda estão aí?- perguntei
Vic: Não já foram- ela respondeu-. Eu to com o Gabriel aqui. Ele tá com alguns machucados, to cuidando dele. Ah, e eu gravei
Eu: A briga? Boa Vic. Então... você me espera- a casa dele não era longe da minha, uns dez minutos. Dava para ir a pé-. Eu já to quase chegando aí- eu avistei o Tiago com o carro parado em uma casa-. Vic espera só um pouquinho, daqui a pouco te ligo- desliguei o telefone
Ele parecia tá deixando um dos caras, só vi ele no carro, o outro ele já devia ter deixado. Fechei a janela do meu carro e fiquei só olhando. Ele ligou o carro e foi embora. Eu liguei o meu também, fiz uma bandalha, atravessei a pista e fui atrás dele. Peguei meu celular, apesar de tudo que ele tinha feito, eu tinha o número do celular dele. Achei o nome dele na lista e liguei para ele. Ele atendeu
Tiago: Alô
Eu: E aí Tiago- acho que ele não tinha meu número-, beleza cara? É o Kléber- me identifiquei
Tiago: Ah- acho que ele ficou um pouco surpreso com minha ligação- oi papai- falou ele com aquele tom de deboche-. Eu to bem, muito bem
Eu: Claro que tá bem. Depois de espancar um garoto
Tiago: O que?- ele se fez de desentendido
Eu: Tiago- comecei a falar mais alto- eu sei que você acabou de vir da casa do Gabriel com mais dois caras, e vocês acabaram com o moleque
Tiago: Como você sabe disso?- ele perguntou
Eu: Minha irmã tava lá, viu tudo e gravou tudo- falei, falei até demais
Tiago: Ah é gravou? E ela ainda tá lá?- ele perguntou
Eu: Tá, eu vou buscar ela mais tarde- eu dirigia atrás dele, seguindo o carro dele, com uma distância de mais ou menos dois carros
Tiago: É bom se apressar
Eu: Por quê?- perguntei
Tiago: Ela pode ser minha próxima vítima. Imagina, quantas coisas posso fazer com ela- ele cruzou a pista muito rápido e foi no sentido da casa do Gabriel denovo-. E ela já tá com um corpinho bem atraente
Eu: Você não vai fazer nada- gritei
Tiago: Como você vai me impedir?- ele perguntou
Eu: Assim- joguei o celular no banco do carro e cruzei a pista em direção ao carro dele e bati na lateral do carro dele.
Não me machuquei. O air-bag ativou, eu tava de sinto de segurança e digamos, eu estava “preparado” para a batida. Do meu carro eu pude ver o Tiago deitado sobre o air-bag do carro dele. Consegui ligar meu carro denovo e dei ré. Abri uma certa distância do carro dele e desliguei o meu carro. Meu celular tocou, já imaginava que era a Vic, e quando olhei na tela, confirmei que era ela. Atendi
Eu: Oi Vic
Vic: Onde você tá?- ela perguntou
Eu: Digamos que... eu tava te protegendo- eu sabia que ela ia ficar maluca
Vic: Protegendo?- ela não entendeu
Eu: Aquela hora que eu tava falando com você, eu vi o Tiago. E fui atrás do carro dele e tava falando com ele pelo celular
Vic: Tá e... o que você fez?- ela perguntou
Eu: Eu segui ele Vic e ele descobriu que você tava aí, pra falar a verdade, eu acabei falando, não pensei muito bem e falei. E ele tava indo para aí denovo. Eu cruzei a pista e bati na lateral do carro dele
Vic: Kléber você ficou maluco?- ela gritou do outro lado da linha
Eu: Calma Vic eu to bem- vi o Tiago se mexendo no carro- eu vou te colocar em espera, daqui a pouco te ligo. Beijo- me despedi
Vic: Kléber espera eu...- desliguei a chamada
Coloquei meu celular no gravador, vai que o Tiago fala alguma coisa, e depois no modo avião, para que ninguém me ligasse. Eu abri a porta do meu carro, saí e fui na direção do dele. Algumas pessoas estavam em volta, curiosas para saber se estavam bem, eu e o Tiago. Mal sabem ela que tem muita coisa envolvida aqui. Me aproximei e fiquei perto do carro dele olhando.
Eu: E aí cara- gritei e fui me aproximando mais ainda do carro- tudo bem?- perguntei ironicamente
Tiago: O que você quer?- ele tirou o sinto dele
Eu: Nada. Só fiz o que você mandou. Me apressei- dei uma risada
Tiago: Você tá ferrado Kléber- ele conseguiu abrir a porta do carro. É, ele tava bem
Eu: Eu ferrado? Deixa eu ver, eu não tenho nenhuma gravação que me amostre quase matando um garoto, e você? É você tem- comecei a andar de um lado para o outro-. Quem foi que ameaçou dizendo que ia também acabar com a irmã do outro, deixa eu ver, é só você falou isso. Quem...
Tiago: Quem foi que- ele me interrompeu- bateu no carro do pai de uma pessoa de propósito e acabou provocando outra acidente que matou o seu pai Kléber? Deixa eu ver, é fui eu- ele falou
Eu: Você o que?- fiquei encarando ele
Tiago: Pois é meu caro Kléber. Eu estava na serra, digamos que, fugindo de uma perseguição, tinha uns caras atrás de mim
Eu: Por que será...- interrompi ele
Tiago: Depois com isso a polícia também apareceu atrás de mim e com isso os caras se mandaram. Mas a polícia continuou vindo atrás de mim, e o seu pai acabou dando uma de policial, assim como você hoje. E eu joguei meu carro pra cima do dele, nisso ele acabou perdendo o controle do carro, capotou e bateu em uma árvore- ele contou tudo
Eu: Você é um monstro Tiago- eu encarava ele
Tiago: É, consegui fugir- começamos a ouvir barulhos de sirene-. E quem provocou o acidente? Não fui eu, deixa eu ver... foi você
Vários carros da polícia, uns quatro e duas ambulâncias chegaram no local
Eu: E- tirei meu celular do meu bolso- quem é que tem uma gravação que tem toda sua confissão? É, esse cara sou eu- falei meio que no ritmo de uma música do Roberto Carlos
Policial: Ei vocês dois- ele e mais um chegou perto da gente- vocês tão bem?- ele perguntou
Eu: Eu to bem, já ele...- os policiais olharam para o Tiago
Policial: Vá para a ambulância, e veja se está tudo ok. Iremos conversar com esse rapaz
Eu: Aqui- dei meu iPhone com a gravação- só apertar o “play” e ouvir a confissão dele, sobre um acidente outro dia na serra. Só me devolve depois- dei um sorriso
Policial: Tudo bem- eles começaram a ouvir
Fui para a ambulância. Os médicos me examinaram, viram se estava tudo bem comigo e me liberaram logo depois. Fui até meu carro, olhei na frente dele e vi que não tinha amassado muito. A batida que eu dei não foi forte, mas o suficiente para parar o Tiago. Dava para dirigir com ele. Uns dez minutos depois os policiais foram até o Tiago e o algemaram. Pegaram ele e o colocou na mala. O outro policial veio até mim me entregar o celular
Policial: Rapaz, obrigado- ele me entregou o celular-. Já é uma prova
Eu: Ah de nada
Policial: E a outra prova? Da tal briga?- ele perguntou
Eu: Tá com minha irmã. Ela tá na casa do rapaz que levou a pior. Eu depois posso buscar
Policial: Tudo bem. A gente pegou já a gravação- caraca eles são rápidos, pensei- e temos a prova já de um crime muito grave. Eu estava na perseguição. Seu pai tentou nos ajudar, apesar de não ter nada haver com isso, sinto muito
Eu: Tudo bem, obrigado. Eu agora vou buscar minha irmã na casa do rapaz. To liberado?- perguntei
Policial: Sim claro. Talvez depois, daqui a alguns dias, a gente convoque você a depor
Eu: Tudo bem então. Bom serviço policial- sorri
Policial: Até rapaz- me afastei e entrei no meu carro
Tirei meu celular do modo avião, não havia recebido nenhuma ligação depois da que a Vic me ligou. Liguei o carro, e fui para a casa do Gabriel buscar a Vic.
Fui dirigindo mais devagar pois por conta da batida poderia ter dado algum problema na parte interna do carro. Cheguei na casa do Gabriel em vinte minutos. Parei o carro em frente a casa dele. Bati no portão e a mãe dele abriu. Entrei junto com ela na casa, logo que entrei vi a Vic com ele sentada no sofá, com gelo no rosto dele
Eu: Vic...- chamei ela
Vic: Oi Kléber- ela veio até mim-. Seu maluco, o que você aprontou lá?- ela deu uma risada baixa
Eu: Esquece o que eu fiz. O final é mais legal
Vic: Final... ?- ela me encarou
Eu: O Tiago acabou preso
Vic: Meu Deus, demorou mas aconteceu. Agora ele vai dar sossego
Eu: E aí Gabriel- fui até o sofá e falei com ele
Gabriel: E aí cara- ele dava com a parte do olho um roxa e o braço tava um pouco ralado
Eu: Isso aí não é nada, já passei por coisa pior
Gabriel: É- ele conseguiu rir-, é verdade
Eu: É Vic- chamei ela- agente precisa conversar- era sobre nosso pai
Vic: Que foi?- ela perguntou. A gente foi para o canto, perto da cozinha
Eu: É sobre o acidente do nosso pai- expliquei
Vic: Tá- ela cruzou os braços- o que que tem?
Eu: Escuta isso- peguei meu iPhone, coloquei nas gravações e dei a ela- só da
“play”
Vic: Tá bom- ela pegou o iPhone e começou a escutar tudo o que o Tiago havia dito, o diálogo todo entre mim e ele
Passou-se alguns minutos e ela me encarava. A gravação acabou e ela me entregou a gravação
Vic: Eu não acredito...
Eu: Eu também não acreditei- guardei o celular
Vic: Eu não gosto desse cara desde aquele lance da Gabi
Eu: E você acredita que eu e ele fomos amigos do mesmo nível que eu e a Brunna?- perguntei
Vic: Sério? Nem parece- ela respondeu
Eu: É, as coisas mudaram depois do segundo ano
Vic: Tá, não quero saber mais nada dele, chega- ela deu um grito
Eu: Calma Vic. Agora me fala uma coisa que você não contou. Como ficou vocês dois?- perguntei sobre ela e o Gabriel
Vic: Ah- ela ficou um pouco vermelha- a gente... nós dois voltamos- ela sorriu-. Deu para aproveitar um pouco antes do Tiago chegar
Eu: Hum... olha lá em, juízo vocês dois- ri
Vic: Foi só uns beijos- ela riu
Eu: Aham, eu sei como é- a gente voltou para a sala
Vic: É... a gente tá indo embora- ela falou pro Gabriel e para a mãe dele
Eu: Valeu Gabriel- abracei ele-. Melhoras aí
Gabriel: Valeu cara- ele sorriu
Vic: Tchau...- ela abraçou ele- “mo”- ela falou baixinho, mas eu ouvi
Nos despedimos da mãe dele no portão e entramos no carro. Fui devagar, assim como fui para a casa do Gabriel, por conta da batida no carro. Ia ter que levar ele depois no mecânico para ver quanto ficaria o concerto da parte da frente dele. Chegamos em casa, estacionei o carro na garagem e fomos para dentro de casa. Minha mãe já estava em casa. Eu fui para o meu quarto e a Vic foi para o quarto dela. Deixei meu celular na cômoda e fui tomar banho.
Após o banho, fui até a cozinha, peguei um hambúrguer desses de micro-ondas, esquentei, comi com uma lata de Pepsi e voltei para o quarto. Abri meu notbook, entrei no Facebook e fui direto para o perfil da Babí, mas não tinha nada. Vi algumas notícias na internet e depois desliguei. Já eram onze horas da noite. Fui até o quarto da Vic e depois para o da minha mãe dei boa noite para as duas. Deixei meu celular na cômoda e deitei. Demorei um pouco, mas acabei dormindo.

“Brum... Brum... Brum...”- era o meu celular vibrando
Acendi a luz, olhei no relógio eram trez horas da manhã. Fiquei pensando: Quem estava me ligando naquela hora?
Me aproximei, peguei meu celular e vi no visor quem era.

E me surpreendi.

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