Capítulo 18 – Parte 2
______________________Narrado
por Victória Rezende________________________
Eu tava com o celular no ouvido,
conversando com o Kléber:
Kléber: eu já to indo para casa- ele parou de falar
Eu: Kléber? Kléber, responde- e escutei um barulho forte, muito alto
Eu: Kléber- gritei alto
Gabriela: Victória o que foi?- ela
estava descendo as escadas assustada com meu grito
Eu: Acho que o Kléber- eu começei
a chorar- acho que ele...- e não consegui mais falar
Gabriela: Ele o que Vic?- ela me
perguntou
Eu: Acho que ele, sofreu um
acidente de carro- começei a chorar pra valer e abraçei ela
Gabriela: Como assim Vic? Como um
acidente de carro?
Eu: Ele tinha saído e foi na casa
da minha amiga, Carol. Ela disse que não meio do papo deles, ele começou a
falar coisas que não tavam batendo e me disse que ele tinha saído nervoso e
rápido. E quando eu tava falando com ele realmente tava nervoso
Gabriela: Vic, olha pra mim, vai
lá chamar seu pai
Vic: Tá bom- tentei dar um sorriso
mais não conseguia.
Fui até o quarto do meu pai, bati
na porta e entrei. Expliquei para ele toda a história e ele se arrumou rápido e
me colocou no carro. A mãe do Kléber e a Gabriela vieram junto comigo. Meu pai
ligou o carro e saiu rápido
Eu: Pai, dirigi devagar, por
favor- eu ainda chorava um pouco
Mãe do Kléber: Ela tem razão
Kléber- eu até achei engraçado mesmo naquele momento
Pai: Ele falou pelo menos aonde
tava?- me perguntou
Eu: Não mais ele tinha acabado de
sair da casa da minha amiga
Gabriela: Você por caso pediu ele
pra ir lá?
Eu: Não, ele foi por vontade
própria.
Pai: É, ele tava estranho naquela
hora que agente saiu
Eu: É, é verdade- eu olhava pelo
vidro do carro e vi, uma aglomeração de gente por perto-. Pai, vira à direita
Gabriela: Ah não
Pai: Que foi gente?- ela fazia a
curva e quanto entrou na rua viu- Droga- ele acelerou
Eu: Ai meu Deus- ele parou o carro
perto
Gabriela: Calma tá? Ficar nervosa
agora não vai ajudar Vic
Eu: Tudo bem- saimos os quatros do
carro e fomos em direção a multidão
Gabriela: Ai meu Deus parece ser
grave Vic. Tem muita gente- agente passou por dentro da multidão e vimos tudo
Eu: Não- eu começei a chorar
denovo. O carro do meu irmão tava de cabeça pra baixo. Os bombeiros já estavam
lá colocando ele dentro da ambulância
Gabriela: Vic, calma calma tá
bom?- ela também deixava umas lágrimas sairem dos seus olhos-. Olha bem pra
perto do carro. Aquele que tá conversando com um bombeiro não é o...
Eu: O Yury- interrompi ele-. Yury-
gritei e ele olhou para nós duas
Gabriela: É ele- ele veio até agente
Yury: O que vocês tão fazendo
aqui? Liguei para a casa de vocês e nada
Eu: Como você chegou antes da
gente?
Yury: O Kléber... ele me ligou
logo depois do acidente. Não falou muita coisa, só que tinha sofrido o acidente
e o lugar que tava. E como eu tava por perto eu liguei pros bombeiros e vim pra
cá
Eu: Eu tava falando com ele na
hora do acidente e quando ele não respondeu mais eu desliguei
Yury: É, ele me disse algo assim.
A sorte dele é que ele tava de cinto de segurança e também porque o air-bag foi
acionado essas coisas
Gabriela: Mas ele? Tá acordado?
Como ele tá Yury?
Yury: Então... ele tá desacordado.
Acho melhor agente ir pros nossos carros. Meus tios tão aí?
Eu: Sim mas eles devem ter ido à
algum lugar
Yury: Então, fala com eles que ele
tá indo pro hospital. Eu vou falar com o bombeiro que vou no meu carro e que os
pais deles já estão aqui e também vão de carro. Manda seu pai seguir agente Vic
Eu: Tá bom Yury, vamos lá Gabi-
agente saiu do meio da multidão e vimos meu pai e minha madastra também saindo
Gabriela: Ei- ela gritou pros dois
Pai: Oi gente como vocês tão?
Eu: Eu to mal pai. É o Yury disse
o seguinte, que agente...- expliquei tudo a ele.
Entramos os quatros no carro e
esperamos a ambulância sair. Agente esperou uns 10 minutos até a ambulância sair
com o carro preto do Yury atrás. Fomos seguindo eles.
Chegamos no hospital em uns 20
minutos, por causa da droga do trânsito que tava um pouco engarrafado
Descemos nós quatro do carro e o
Yury no carro da frente. Entramos dentro do hospital e ficamos esperando
notícias na sala de espera.
Pai: Yury, obrigado por tudo que
você fez
Yury: Era minha obrigação. O
Kléber chegou a me ligar depois do ocorrido me falando aonde tava e eu chamei a
ambulância. Era a única coisa a fazer
Mãe: É mais dá pra ver que você
amadureceu bastante sobrinho- ela apertou a buxexa
Yury: Aqui não né tia- ele soltou
um sorriso meio sem-graça
Eu: Será que vai demorar muito?-
sentei com a Gabi em uma das cadeiras
Gabriela: Espero que não. Não
gosto dessa demora
Eu: É nem eu. Meu Deus, o que o
Kléber fez?
Gabriela: Engraçado...
Eu: Não tem nada engraçado Gabi-
olhei para ela
Gabriela: Não, não a situação. Mas
o que eu disse pra ele antes dele sair
Eu: E o que você exatamente disse?
Gabriela: “Não corre muito em”-
ela me respondeu
Eu: Ah tá... mas ele nem corria
muito, pelo menos comigo- completei
Gabriela: A mesma coisa ele disse-
ela deu um sorriso forçado
Médico: Família do paciente Kléber
Rezende Júnior
Pai: Somos nós- ele apontou pra
mim e para Gabi também
Médico: Então, já tenho notícias-
eu e a Gabi levantamos e ficamos ao lado do Yury
Eu: Ficamos quase uma hora
esperando em- falei para a Gabi
x.X.x: Gente o que aconteceu com
meu Best?- era a Brunna, tava chegando
Yury: Agente vai saber agora
Brunna
Brunna: Atá, ainda bem que achei
vocês
Yury: Vem cá meu amor- ela ficou
do lado dele abraçando-o
Gabriela: Vem cá Vic, eles num
tinham terminado?- ela me perguntou
Eu: Esses dois se amam Gabi. E
nessas horas agente nem lembra disso..
Médico: Então, o Kléber sofreu um
acidente de carro. Segundo testemunhas ele teria tentado fazer uma
ultrapassagem e encontrou um outro carro de frente e tentou, voltar pra pistar
mas parece que o carro capotou e não se sabe o porque
Eu: Doutor, pode dizer logo o que
aconteceu?- falei alto
Médico: Então- ele me olhou com
uma cara feia
Eu: Cara feia pra mim é fome-
sussurei para a Gabi
Gabriela: Shiii- ela tentava não
ri
Médico: Então, eu tenho uma
notícia boa e outra ruim
Brunna: Nossa, sempre tem isso. Tá
parecendo filme- ela percebeu que tava abraçada com o Yury-. Ei
Yury: Que foi minha filha?- ele
olhou para ela
Brunna: Me solta- ela se aproximou
da gente-. Oi Vic, oi Gabi
Pai: Começa pela boa então doutor
Médico: A boa é que seu filho não
corre risco de vida e que não terá sequelas
Eu: Ai, que bom- falei alto
Médico: Mas a ruim, é que ele tá
desacordado, e nós não sabemos quando ele irá acordar
Pai: Como assim Doutor?
Médico: Ele está, resumindo, em
coma
Gabriela: Em coma?
Eu: Não sabe quando ele vai
acordar? Não, não é possível.
Yury: Vocês não tem nada que
possa, num sei, algo que passo acorda-lo?
Médico: Não. Infelizmente não
temos
Mãe: Nem algum tipo de previsão?
Médico: Não. Tem casos que duram
dias, outros semanas, outro meses e alguns à anos e outros, as pessoas não
chegam à acordar
Todos nós seis ficavam se olhando.
Sem entender aquilo que tava acontecendo. Queríamos, queríamos que ele
estivesse ali com agente e não numa cama em que ele estaria dormindo. Não vendo
e nem se quer ouvindo o que agente podia estar falando. E eu sabia que a Gabriela
queria mais que todos, que ele acordasse o mais rápido possível. Para poder ver
o nascimento da filha deles
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